sexta-feira, 1 de julho de 2011

Diretora defende tradição da FDC

 

 Thiago Gomes

Eleita com 97% dos votos, Elizabeth Oliveira, 55 anos, assumiu recentemente a direção da Faculdade de Direito de Campos (FDC) com o compromisso de primar pela gestão participativa na instituição. Seu primeiro ato foi se engajar na divulgação do vestibular da faculdade, cujas provas acontecem amanhã, às 9h, e próximo dia 22, às 18h. A relação com a FDC vem de longa data. Ainda nos anos 70, como ex-aluna, e retornou em 2000 no quadro de docentes.

Elizabeth, que foi entrevistada ontem no programa “Folha no Ar”, conta que é advogada atuante e tem quase 20 anos de experiência na administração de órgãos públicos: em 1990 foi diretora da Câmara Municipal e depois virou secretária de Justiça da Prefeitura de Campos. Para o desafio de gerir a instituição, ela conta com a ajuda da defensora pública aposentada Maria Beatriz Bogado como vice-diretora.

Folha da Manhã — Quando a senhora assumiu de fato a direção da faculdade?

Elizabeth Oliveira — Fui eleita diretora da faculdade, no dia 30 de maio, juntamente com a Drª Maria Beatriz Bogado, com 97% de aprovação dos integrantes da comunidade acadêmica. Essa eleição marca uma nova etapa na FDC, onde nós estamos procurando restaurar a ordem, a transparência e as práticas democráticas. A FDC é uma faculdade que tem um reconhecimento, uma tradição, não só em nível de Campos e região. É em nível nacional. E, em função disso, a nossa preocupação com a qualidade do ensino, primando por uma forma-ção humanística, mas de acordo com a realidade nacional. Nós preparamos os nossos alunos para os vários cargos públicos, como magistratura, Ministério Público, Defensoria Pública, entre outros. Em consequência disso, estamos com um aluno terminando o curso de Direito que está entre os primeiros aprovados na Defensoria Pública do Rio Grande do Sul. Sem falar em outro aluno, que terminou o curso recentemente, que tirou o terceiro lugar em um concurso de monografia. E outros exemplos. Isso mostra realmente o diferencial de nossa instituição, onde termos os melhores professores.


Folha — Quais são os planos imediatos para a FDC?

— Estamos colocando a casa em ordem e focando nos vestibulares, que estão marcados para este mês de julho, nos dias 2 e 22. Para o vestibular de sábado, as inscrições podem ser feitas gratuitamente nesta sexta-feira até as 20h pelo site da instituição — www.fdc.br — ou na secretaria da faculdade. Estamos fazendo uma campanha, uma propaganda bem forte para que possamos real-mente conquistar não só o público jovem, mas também aqueles que já fizeram uma faculdade para que retornem aos bancos estudantis. As inscrições são gratuitas. Além disso, nós estamos retomando cursos livres como o de Regulação e Economia, Direito Ambiental e Gestão, pós-graduações em Direito Portuário e Marítimo, Direito Civil e Processo Civil, Direito Penal e Processo Penal, entre outros.

Folha — Quando e como começou sua relação com a FDC?

Elizabeth — É uma relação de muitos anos, porque eu sou ex-aluna. Em 2000 passei a fazer parte do quadro de professores e recentemente fui eleita diretora. Me formei na FDC em 1977, com muita honra.

Folha — Quais suas expectativas para esse cargo? A senhora encara como um desafio?

Elizabeth — É um desafio, é uma honra, mas é muita responsabilidade. Nos 51 anos da FDC, nós somos as primeiras mulheres a estar à frente da direção da instituição. E normalmente isso é muito cobrado, embora eu ache que a mulher, em todos os cargos, elas realmente têm mais raciocínio e sentimento. E com essas duas carac-terísticas aliadas dá para fazer um bom trabalho. A gestão tem que ser participativa. Não adianta eu e a Drª Maria Beatriz querermos impor a nossa vontade se a comunidade acadêmica tem outros anseios.

Folha — Gostaria que a senhora fizesse um resumo de sua experiência profissional?

Elizabeth
— Embora alguns achem que eu e a Drª Maria Beatriz não tenhamos experiência administrativa, ao longo da minha vida acumulei uma bagagem que me dá essa responsabilidade e um objetivo de administrar a FDC da melhor forma possível. Fui diretora da Câmara Municipal de 1990 a 1992. Depois passei a ser diretora de projetos gerais da secretaria municipal de Saúde e lá fiquei por muito tempo, fiz a organização do Departamento de Pessoal. Logo depois eu assumi a Assistência Judiciária Municipal. Em 2000 foi criada a secretaria de Justiça de Campos. Entre minha passagem pela Assistência Judiciária, que era ligada à Procuradoria do Município, até 2008, quando deixei a secretaria de Justiça, foram 15 anos. Então essa bagagem em administração é bastante relevante. E a Drª Maria Beatriz é defensora pública aposentada. Durante muito tempo ela coordenou os núcleos da Defensoria, ela foi comissária de polícia. Então ela tem uma vivência muito grande. E poucos sabem o trabalho social que ela faz junto às detentas do nosso presídio.

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